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05/10/2022

Moysés Martins, o rapper que mostra o ‘Brasil deficiente’

 

Postagem do dia 21 de setembro de 2022, no antigo Blog Vollenz

 

“Tive que vencer dois preconceitos. Um por ser negro e o outro, por ser deficiente. Eu mesmo, por muito tempo, fui responsável pelo meu vitimismo, por aceitar a forma errada que as pessoas me olhavam e me julgavam.”

 

Moysés Martins, de 46 anos, viu no rap uma maneira de enfrentar as barreiras de sua deficiência física, causada pela poliomielite aos 6 meses de vida. Filho adotivo de Dona Zefa e Seu Nelson, Moysés passava noites ouvindo rádio. Inspirado pelos Racionais com ‘Pânico na Zona Sul’, Thaide, Os Metralhas, passou então a escrever suas próprias rimas. Seu primeiro palco foi na escola, se apresentando para 60 mães na comunidade onde morava.

 

Em 1997, Moysés formou um grupo de rap, o A286, e dizia fazer música para se libertar. Em 2007, passado dez anos, lançou seu primeiro disco - Além do Crime e da Razão. O envolvimento com a música e o hip-hop abriu portas ao rapper, e quando notou, estava fazendo parte do Facção Central, um dos maiores grupos de rap do país.

 

Diante de tantas possibilidades, Moysés já se via entrando em carreira solo, mostrando a todos sobre sua realidade. Neste período, entre 2012 e 2015, lançou os discos "Só Quem Convive Sabe (2012) e Brasil Deficiente (2015)", que abordava temas sobre o cotidiano dos portadores de deficiência no Brasil.

 

Mas para chegar onde chegou, Moysés relembra quantas dificuldades teve que enfrentar e quanto teve que lutar por melhorias. “Posso dizer que os ônibus aqui da quebrada foram adaptados com os elevadores por minha causa. Sempre fui amigo de todo mundo aqui e sempre me ajudaram e ainda me ajudam, mas eu também quis a minha independência e reclamei muito. Antigamente só tinha um ônibus adaptado. Hoje todos têm”, comenta Moysés.

 

Outro ponto que ele relembra, foi a dificuldade em um de seus show com o Facção Central, em que o palco só era acessado por escadas. O pessoal que contratou, mesmo sabendo que um dos integrantes era cadeirante, não se preocupou com a situação, e Moysés mais uma vez teve que fazer um discurso reclamando do que teve que passar.

 

No entanto, ele também diz com entusiasmo e alegria, que todos esses obstáculos, essas situações, serviram também para que muita gente com a mesma condição que a dele, ou com algum tipo de deficiência diferente, se identificasse com várias situações que ele passou e se inspirasse em sua história.